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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mercado ou Quitanda?


Não que eu goste de velharias nem nada do tipo, mas eu estava cascavilhando uns arquivos bem antigos de meu computador e achei esse artigo, até me deu saudade daquele tempo, a gente fica tão preocupado com a nossa luta do dia-a-dia que acaba se esquecendo de onde veio. Pra falar a verdade coloquei isso aqui pra alguns profissionais e agências que aproveitaram a "picada" aberta por nós pioneiros no Sul de Minas (cerca de 15 agências na época) e hoje ficam por aí fantasiando prêmios e promovendo auto-adulações. É isso aí moçada! O tempo passou, e agora sim, podemos dizer que há uma mercado no Sul de Minas. Só peço que guardem um pouco de respeito pra quem foi pioneiro e desbravou tudo isso pra vcs. Grande abraço!


(Artigo escrito em março de 2001 publicado em diversos jornais regionais do Sul de Minas)
Possuir uma Agência de Propaganda no Sul de Minas a princípio pode até parecer incoerência, mas é preciso que façamos uma análise mais detalhada das tendências de mercado para compreendermos o potencial de nossa região. O Sul de Minas é um pólo em franco desenvolvimento, podemos citar como exemplo as cidades de Itajubá e Pouso Alegre que já ganharam até uma certa projeção no cenário mercadológico nacional, e essa projeção atrai mais investimentos e confere credibilidade para que indústrias maiores (que atualmente estão fugindo dos grandes centros) possam se instalar por aqui. Três Corações é a cidade com o maior Parque Industrial de toda a Rodovia Fernão Dias, são 25 km de extensão numa área eqüidistante dos maiores centros industriais da região, que são: Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
O fato é que o Mercado Publicitário propriamente dito, ainda é um mercado em formação no Sul de Minas e como tal enfrenta dificuldades de adaptação . Uma questão que devemos levar em conta é que ficamos um pouco distantes do glamour que o mundo da publicidade parece proporcionar, afinal ninguém concorre ao Caboré ou ganha um Leão de Ouro em Cannes anunciando lojas de móveis e supermercados do interior. Infelizmente premiações e reconhecimento público ainda são um privilégio das grandes agências, mas precisamos ter consciência que essas mesmas agências que literalmente “compram” a atenção da mídia, pertencem a um grupo muito restrito que não corresponde a 10 % das 3.334 agências atualmente em funcionamento no Brasil (dados do CENP). É necessário que tenhamos também consciência da importância do nosso papel nesse mercado, mostrando que podemos proporcionar aos nossos clientes um trabalho sério, bem estruturado e de qualidade, que alcance o retorno esperado. Um ponto importantíssimo e indispensável para o sucesso de uma agência no interior é que a qualidade do atendimento dispensado ao cliente nunca deve ser diretamente proporcional ao tamanho de sua verba.
É claro que nem tudo é um mar de rosas, a dificuldade de uma agência se sobressair nessa região é muito grande, pois as contas das grandes empresas sempre ficam para agências de renome no eixo Rio - Belo Horizonte - São Paulo e as médias e pequenas empresas ainda não conhecem o verdadeiro valor do investimento em propaganda e marketing. Mais um aspecto negativo é a mentalidade provinciana de alguns empresários e até autoridades, que só valorizam o trabalho que vem de fora, ou seja, de capitais ou cidades maiores; pagando um preço elevado, por um trabalho que poderia ser feito aqui mesmo e com a mesma qualidade. Mas isso é uma questão cultural que deve ser vencida com o tempo.
Uma boa notícia foi a atitude do CENP (Conselho Executivo de Normas Padrão) de credenciar as agências de propaganda. Esperamos que isso funcione como uma peneira e impeça que pseudo-agências continuem agindo e prostituindo o mercado publicitário do interior. O ideal seria que houvesse a obrigatoriedade de um publicitário formado e registrado para se abrir uma agência de publicidade.

Acredito também que uma das alternativas para dar maior credibilidade às agências do interior seria a parceria com as grandes agências das capitais, já que a tendência é a regionalização do mercado em alguns setores. Outra alternativa seria trazer palestras, cursos, encontros e seminários sobre o assunto para cidades pólo, fazendo com que profissionais, empresários e estudantes conheçam realidade do mercado publicitário, mostrando a importância e a força da propaganda e do marketing.
O nosso mercado de trabalho não se resume só a Agências de Propaganda, o publicitário pode trabalhar também em Assessorias de Comunicação de empresas públicas ou privadas, prestar consultorias, integrar as chamadas “houses” de empresas ou nos próprios veículos de comunicação sem contar uma infinidade de outros segmentos que empregam profissionais de propaganda.
Concluindo, o mercado publicitário no Sul de Minas é uma realidade, porém são necessários: espírito empreendedor, talento e criatividade para conquistarmos nosso lugar ao sol.


Hermes Ximenes Naves
Diretor Geral
Double HT Comunicação & Marketing - Mar/2001

Um comentário:

Anônimo disse...

Ola Hermes, sou Nelson de Lima, o
"Puxa", do blog do W.O.bom considerando que vc, é expert em publicidade, haja visto seu vasto referencial na matéria, vou considerar como brincadeira, mas a principio fiquei chateado, pois minha intenção era simplismente, colocar minhas ideias, pois eu tambem trabalho com criação, Sou produtor musical, e atuo em campanhas politicas, alem de ser compositor, musico, e produtor tecnico musical, Trabalho com a Banda Black Rio e Roberto Justos, que agora tambem está cantando, então eu não tencionava chamar a atenção de W. para uma possivel Boquinha em sua agencia.
Parabens por seu Talento
Um forte abraço...e sucessso